Mercado de Opções: Um Guia Completo
O mercado de opções é um dos segmentos mais importantes dentro do mercado financeiro. Nele, investidores têm a oportunidade não apenas de comprar e vender ativos subjacentes, mas também de especular sobre sua volatilidade e movimentos futuros. Este guia abrangente explora desde os conceitos fundamentais até as estratégias avançadas, mergulhando no mundo das opções financeiras.
Entendendo o Mercado de Opções
O que são opções?
Opções são instrumentos financeiros derivativos que oferecem ao detentor o direito, mas não a obrigação, de comprar (opção de compra, também conhecida como call) ou vender (opção de venda, ou put) um ativo subjacente a um preço pré-determinado (preço de exercício), em ou até uma data específica (data de vencimento).
Sim, essa é a definição mais usada e, também, a mais difícil de entender. Então, vamos explicar opções por meio de exemplos de fora do mercado financeiro.
Como as opções funcionam?
As opções concedem ao titular o direito de exercer a compra ou venda do ativo subjacente, mas não a obrigação. Isso confere uma vantagem estratégica, permitindo ao investidor se beneficiar de movimentos favoráveis no preço do ativo subjacente sem a necessidade de possuí-lo diretamente.
Opções de Compra
Suponha que você quer comprar um carro e seu amigo está vendendo exatamente o modelo que você quer, por um preço que lhe agrada (para o nosso exemplo, R$ 100.000,00). Porém, você ainda quer procurar em sites de venda para ver se encontra algo com um preço mais atrativo. Ao mesmo tempo, você não quer perder a oportunidade de comprar o tão sonhado carro.
Você propõe pagar R$ 3.000,00 ao seu amigo para ele “segurar” o carro por 30 dias. Além disso, você diz ao seu amigo que poderá comprar o carro, mas que não é certeza de que você irá comprar.
Você explica a ele que só irá comprar o carro se os preços nos sites de busca estiverem mais alto, ou seja, acima de R$ 100.000,00. Caso contrário, você comprará o carro em algum site de busca (aqui, temos que supor que todos os carros do modelo que você quer estão nas mesmas condições). Se seu amigo aceitar essa proposta, você terá direito de comprar o carro (mas você não tem obrigação comprar) e ele terá uma obrigação de vender o carro a você.
Vencimento do prazo da opção de compra
Passados os 30 dias, existem apenas duas situações:
- Ou você encontrou um carro mais barato em um site de vendas e decide comprar o carro no site.
- Ou os carros nos sites de venda estavam valendo mais que R$ 100.000,00 e você decide comprar o carro do seu amigo.
Em ambos os casos, os R$ 3.000,00 que você pagou adiantado não servem para abater o preço de compra. Ou seja, você perdeu esse dinheiro.
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Nesse exemplo:
- O carro é o ativo-objeto.
- Os R$ 3.000,00 é o que chamamos de prêmio. É o preço que você está disposto a pagar para ter um direito (de comprar o carro).
- Os R$ 100.000,00 é o que chamamos de strike. Esse é o preço que você pagará pelo ativo-objeto caso decida usar seu direito.
- Os 30 dias são o prazo de vencimento do direito.
O exemplo acima ilustra exatamente como é o funcionamento de uma opção de compra.
Opções de Venda
Agora, imagine que você comprou o carro. Como era seu sonho, você não quer deixar o carro sem seguro. Decide então contratar um seguro para se proteger de qualquer problema.
Assim, você entra em contato com a seguradora e paga R$ 2.500,00 pelo seguro do carro. A cobertura do seguro é de R$ 95.000,00 durante um ano (para simplificar, vamos considerar um valor fixo e ignorar a tabela FIPE). Nesse caso, você tem um direito e a seguradora tem uma obrigação. Mas qual é seu direito e qual é a obrigação da seguradora?
Antes de responder, vamos propor uma reflexão. Muitas pessoas pensam em um seguro como uma forma de a seguradora pagar por algo que aconteceu (sinistro) ao carro (ou casa ou qualquer outro bem). Mas a proposta aqui é a seguinte:
Imagine que o seu direito é de vender o carro e a obrigação da seguradora é de comprar o carro. Assim, caso seu carro pegue fogo e passe a valer R$ 5.000,00 no ferro-velho, você ainda terá o direito de vender seu carro por R$ 95.000,00 e a seguradora ainda terá obrigação comprar seu carro por esse valor, mesmo que ela não queira.
Nesse exemplo:
- O carro é o ativo-objeto.
- Os R$ 2.500,00 é o que chamamos de prêmio. É o preço que você está disposto a pagar para ter um direito (de vender o carro).
- Os R$ 95.000,00 é o que chamamos de strike. Esse é o preço que você receberá pela venda do ativo-objeto, caso decida usar seu direito.
- Os 365 dias (1 ano) são o prazo de vencimento do direito.
Pois bem, esse é o funcionamento de uma opção de venda.
Elementos das opções
Como vimos acima, uma opção possui os seguintes elementos envolvidos.
- Ativo Subjacente: Pode ser uma ação, índice, commodity ou mesmo outro derivativo.
- Prêmio: O preço que o comprador da opção paga ao vendedor da opção.
- Preço de Exercício: O preço pelo qual o investidor tem direito de comprar ou vender o ativo-objeto.
- Data de Vencimento: O prazo final para o exercício da opção.
Além disso, vimos que temos basicamente dois tipos de opções.
Opções de Compra (Call)
Opções de compra conferem ao comprador (titular) o direito de comprar o ativo subjacente a um preço estabelecido até a data de vencimento. Investidores utilizam esse tipo de opção quando acreditam que o mercado irá subir.
Opções de Venda (Put)
Opções de venda concedem ao comprador o direito de vender o ativo subjacente a um preço determinado até a data de vencimento. Investidores usam opções de venda quando acreditam na queda dos preços.
Note que usamos as expressões ativo-objeto e ativo subjacente como sinônimos. Acostume-se com essas nomenclaturas, pois são elas que usamos no mercado financeiro.
Prêmio das opções
Uma das principais dúvidas de quem está iniciando no mercado de opções é como calcular o preço justo. Você pode fazer isto por meio do modelo de precificação de Black & Scholes.
Fischer Black, Myron Scholes e Robert Merton desenvolveram esse modelo de precificação na década de 1970. Até os dias atuais, esse é um dos modelos com maior aceitação e uso no mercado financeiro.
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Códigos das opções
Assim como as ações possuem um “código de identificação” ou ticker, as opções (e qualquer instrumento negociado em bolsa) também possuem um código. A estrutura dos códigos das opções é bastante simples. O código consiste em 5 letras mais um número.
- Quatro primeiras letras: Referem-se ao ativo subjacente, que pode ser uma ação, unit ou ETF. Por exemplo, “PETR” para a Petrobras, “VALE” para a Vale, entre outros.
- Quinta letra: a quinta letra no código das opções é importante para diferenciar entre opções de compra (call) e opções de venda (put). Cada letra representa não apenas o mês de vencimento, mas também o tipo de opção.
- Letras de A a L: Geralmente associadas a opções de compra (call). Cada letra corresponde a um mês específico do ano.
- Letras de M a X: Associadas a opções de venda (put). Novamente, cada letra representa um mês específico do ano.
- Por fim, um número que representa o preço de exercício (strike) da opção. Esse número pode variar de um a três dígitos e diferencia os diferentes strikes para o mesmo ativo e mês de vencimento.
Por exemplo, poderíamos ter:
- PETRB42;
- ITUBN38;
- BOVAL1;
- MGLUK150.
Cuidados com os códigos das opções
É importante ressaltar que o código das opções não indica o ano de vencimento, sendo necessário consultar plataformas de negociação ou o site da B3 para obter essa informação. Assim, por exemplo, poderíamos ter:
- VALEL42, call com vencimento para dezembro do ano atual.
- VALEL421, call com vencimento para dezembro, mas somente daqui a dois anos.
Além disso, não diferencia entre opções de ações preferenciais, ordinárias ou UNITs de uma mesma empresa, demandando verificação adicional. Por exemplo, poderíamos ter:
- PETRP38, put de PETR4.
- PETRP381, put de PETR3.
Não conseguimos identificar pelo código se a opção é americana (quando o investidor pode exercer seu direito a qualquer momento a partir de D+1) ou europeia (quando o investidor só pode exercer seu direito no vencimento). Poderíamos ter, por exemplo:
- BOVAC110, call americana.
- BOVAC111, call europeia.
Cabe ressaltar aqui uma observação de que, no Brasil, todas as puts são europeias enquanto existem calls tanto americanas quanto europeias.
Finalmente, um erro comum é acreditar que o número informa o preço de strike da opção, quando ele serve apenas para identificar strikes diferentes das opções. Assim, poderíamos ter, por exemplo:
- BOVAL110, uma call com strike R$ 110,00.
- BOVAL1, outra call com strike R$ 110,00, mas para outro vencimento.
Opções Semanais
Recentemente, a B3 disponibilizou as opções com vencimentos semanais. Antes, todas as opções venciam na terceira sexta-feira de cada mês. Agora, toda sexta-feira (exceto quando há feriados). Com isso, para identificar a semana de vencimento, a B3 inclui o sufixo Wn em que n é um dos números 1, 2, 4 ou 5. Note que não há o número 3, pois na terceira semana já temos o vencimento das opções mensais. Ou seja, nunca teremos vencimento de opções mensais e opções semanais no mesmo dia.
Vejamos alguns exemplos de códigos de opções semanais:
- PETRB42W1, call de Petrobras que vence na primeira semana de fevereiro;
- PETRB42W2, call de Petrobras que vence na segunda semana de fevereiro;
- PETRB42W4, call de Petrobras que vence na quarta semana de fevereiro;
- ITUBP38W2, put de Itaú que vende na segunda semana de abril;
Leia também:
Agora que você já sabe o que é uma opção de compra e uma opção de venda, veremos algumas estratégias que podemos encontrar no mercado de opções.
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Estratégias no Mercado de Opções
Um ponto interessante sobre o mercado de opções é que você pode combinar a compra e venda de opções, sejam calls ou puts, bem como a compra ou venda do ativo subjacente. Ao montar essas combinações, você constrói uma estratégia com opções. Existem inúmeras delas e veremos algumas.
Compra de Opções de Compra
A compra de opções de compra (calls) é uma estratégia na qual o investidor adquire o direito, mas não a obrigação, de comprar um ativo subjacente a um preço específico (preço de exercício) até a data de vencimento da opção. Este tipo de estratégia é muito comum de se usar quando o investidor espera que o preço do ativo subjacente aumente significativamente no futuro próximo. Ao adquirir a opção de compra, o investidor paga um prêmio ao vendedor da opção.
Cenário para usar: Investidores usam essa estratégia quando acreditam em uma valorização substancial no preço do ativo subjacente dentro do prazo da opção.
Ganho/Perda: O investidor ganha se o preço do ativo ultrapassar o preço de exercício da opção, somado ao prêmio que ele pagou pela opção. Se o preço não superar o preço de exercício, a perda se limita ao valor do prêmio pago pela opção.
Venda de Opções de Compra
Na venda de opções de compra (calls), o investidor assume a posição de vendedor da opção de compra, o que significa que ele está concedendo a outro investidor o direito de comprar o ativo subjacente a um preço específico até a data de vencimento. Em troca, o investidor vendedor recebe o prêmio da opção.
Cenário para usar: Quando acredita-se que o preço do ativo subjacente permanecerá estável ou terá uma leve queda.
Ganho/Perda: O investidor vendedor ganha o prêmio da opção se ela não der exercício até o vencimento. No entanto, se o preço do ativo subir acima do preço de exercício, as perdas são potencialmente ilimitadas, já que o vendedor é obrigado a vender o ativo ao preço de exercício, independentemente do preço de mercado.
Compra de Opções de Venda
A compra de opções de venda (puts) concede ao investidor o direito, mas não a obrigação, de vender um ativo subjacente a um preço específico (preço de exercício) até a data de vencimento da opção. Esta estratégia é aplicada quando se espera uma queda no preço do ativo subjacente.
Cenário para usar: Quando se espera uma desvalorização considerável no preço do ativo subjacente dentro do prazo da opção.
Ganho/Perda: O investidor ganha se o preço do ativo cair abaixo do preço de exercício da opção, somado ao prêmio pago pela opção. Se o preço não cair abaixo do preço de exercício, a perda se limita ao valor do prêmio pago pela opção.
Venda de Opções de Venda
Na venda de opções de venda, o investidor assume a posição de vendedor da opção de venda, concedendo a outro investidor o direito de vender o ativo subjacente a um preço específico até a data de vencimento, em troca do prêmio da opção.
Cenário para usar: Quando se acredita que o preço do ativo subjacente permanecerá estável ou terá uma leve alta.
Ganho/Perda: O investidor vendedor ganha o prêmio da opção se ela não for exercida até o vencimento. No entanto, se o preço do ativo cair abaixo do preço de exercício, o vendedor é obrigado a comprar o ativo ao preço de exercício, independentemente do preço de mercado, podendo enfrentar perdas significativas.
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Estratégias Combinadas
Muitos investidores combinam a compra e venda de opções para criar estratégias mais complexas, como financiamento, spreads, collar, box, straddles e strangles, fence e seagull, dentre outras, buscando lucrar com a volatilidade, a direção ou a estabilidade do mercado.
Geralmente, quando um gestor de fundos ou um investidor pessoa física decide realizar uma operação com opções, o objetivo é fazer proteção (hedge) da carteira de investimento ou especular com o próximo movimento do preço do ativo-objeto. Mais adiante, falaremos sobre esses e outros motivos.
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Veremos a seguir, algumas dessas estratégias.
Venda descoberta de call
Na venda descoberta de opções de compra (call), o investidor vende contratos de opções de compra sem possuir as ações correspondentes. Esse tipo de estratégia é empregado quando o investidor acredita que o preço do ativo subjacente permanecerá estável ou terá uma queda.
Ao vender descoberto opções de compra, o vendedor recebe o prêmio da opção no momento da venda. Se o preço do ativo subjacente permanecer abaixo do preço de exercício da opção de compra vendida, ou se permanecer inalterado até a data de vencimento, a opção expira sem valor e o vendedor mantém o prêmio como lucro. No entanto, se o preço do ativo subir substancialmente, o vendedor descoberto pode enfrentar perdas significativas, uma vez que é obrigado a vender o ativo pelo preço de exercício mais baixo estipulado na opção.
Venda descoberta de put
Na venda descoberta de opções de venda (put), o investidor vende contratos de opções de venda sem possuir o ativo subjacente. Esta estratégia é utilizada quando o investidor espera que o preço do ativo subjacente se mantenha estável ou aumente.
Ao realizar a venda descoberta de opções de venda, o investidor recebe o prêmio da opção no momento da venda. Se o preço do ativo subjacente permanecer acima do preço de exercício da opção de venda vendida, ou se permanecer inalterado até a data de vencimento, a opção expira sem valor e o vendedor mantém o prêmio como lucro. No entanto, se o preço do ativo cair substancialmente, o vendedor descoberto pode enfrentar perdas significativas, já que é obrigado a comprar o ativo pelo preço de exercício mais alto estipulado na opção.
Financiamento ou dividendos ativos
O Financiamento, também conhecido como Dividendos Ativos, é uma estratégia de opções que envolve a compra de ações e a venda de opções de compra sobre essas ações simultaneamente. O investidor adquire ações de uma empresa e, ao mesmo tempo, vende opções de compra (calls) sobre essas ações. Essa estratégia é empregada principalmente quando o investidor é moderadamente otimista em relação ao ativo subjacente, mas busca gerar renda adicional.
Cenário para usar: Quando os investidores que esperam uma valorização moderada ou estável do ativo subjacente e desejam receber o prêmio da venda das opções como um fluxo de renda adicional.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra ações da empresa e, simultaneamente, vende opções de compra com um preço de exercício superior ao preço atual do ativo. O prêmio recebido pela venda das opções de compra atua como um fluxo de renda e pode compensar parcialmente a despesa da compra das ações.
Ganho/Perda: Se o preço das ações permanecer abaixo do preço de exercício das opções de compra vendidas até o vencimento, o investidor mantém as ações e o prêmio recebido pela venda das opções, gerando lucro. No entanto, se o preço da ação subir significativamente, as ações podem ser vendidas ao preço de exercício das opções, limitando o potencial de ganhos.
Call spread
O Call Spread, Trava de alta, ou Spread de Opções de Compra, é uma estratégia que envolve a compra e a venda simultânea de duas opções de compra (calls) com preços de exercício diferentes sobre o mesmo ativo subjacente e com a mesma data de vencimento.
Cenário para usar: Quando o investidor espera uma valorização moderada do ativo subjacente e deseja limitar tanto o risco quanto o custo da operação.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra uma opção de compra com um preço de exercício mais baixo e, simultaneamente, vende outra opção de compra com um preço de exercício mais alto sobre o mesmo ativo. Isso resulta na criação de um intervalo de preços no qual a estratégia se torna lucrativa.
Ganho/Perda: O lucro é realizado se o preço do ativo subjacente ficar entre os preços de exercício das opções no vencimento. No entanto, se o preço do ativo ultrapassar o preço de exercício da opção comprada, os ganhos se limitam à diferença entre os preços de exercício, subtraídos do custo líquido da estratégia.
Você também pose realizar a estratégia invertendo as operações de compra e venda. Nesse caso, você fará a venda de um call spread, que é uma estratégia com viés de queda. ao montar uma venda de call spread, você receberá um crédito na operação.
Put spread
O Put Spread, Trava de baixa, ou Spread de Opções de Venda, é uma estratégia que envolve a compra e a venda simultânea de duas opções de venda (puts) com preços de exercício diferentes sobre o mesmo ativo subjacente e com a mesma data de vencimento.
Cenário para usar: Quando se espera uma desvalorização moderada do ativo subjacente e se busca limitar tanto o risco quanto o custo da operação.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra uma opção de venda com um preço de exercício mais alto e, simultaneamente, vende outra opção de venda com um preço de exercício mais baixo sobre o mesmo ativo. Isso cria um intervalo de preços no qual a estratégia se torna lucrativa.
Ganho/Perda: O lucro é realizado se o preço do ativo subjacente permanecer entre os preços de exercício das opções no vencimento. No entanto, se o preço do ativo cair abaixo do preço de exercício da opção vendida, os ganhos se limitam à diferença entre os preços de exercício, subtraídos do custo líquido da estratégia.
Você pode, também, inverter as operações da estratégia. Nesse caso, você fará a venda de um put spread, que é uma operação com viés de alta. Ao vender um put spread, você receberá um crédito pela operação.
Collar
O Collar é uma estratégia de proteção utilizada para limitar as perdas e os ganhos potenciais em uma posição de ações. Nessa estratégia, o investidor compra ações, vende uma opção de compra (call) com preço de exercício superior ao valor atual da ação e compra uma opção de venda (put) com preço de exercício igual ao valor de compra das ações.
Cenário para usar: Quando o investidor possui ações e deseja proteger sua posição contra movimentos adversos no mercado, ao mesmo tempo em que está disposto a limitar os ganhos potenciais.
Mecanismo da Estratégia: O investidor adquire ações do ativo subjacente e, simultaneamente, vende uma opção de compra com um preço de exercício superior ao valor atual das ações, gerando um prêmio. Além disso, compra uma opção de venda com um preço de exercício igual ao valor de compra das ações, estabelecendo um limite de perdas.
Ganho/Perda: A estratégia permite ao investidor proteger sua posição contra perdas além do preço de exercício da put comprada, enquanto limita os ganhos potenciais ao preço de exercício da call vendida. Se o preço das ações cair, as perdas são limitadas pelo preço da put. Se o preço subir acima do preço de exercício da call, os ganhos são limitados a esse preço.
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Straddle
O Straddle é uma estratégia que envolve a compra simultânea de uma opção de compra (call) e uma opção de venda (put) com o mesmo preço de exercício e data de vencimento sobre o mesmo ativo subjacente.
Cenário para usar: Quando o investidor espera uma movimentação significativa no preço do ativo subjacente, mas não tem certeza sobre a direção dessa movimentação.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra tanto uma opção de compra quanto uma opção de venda com o mesmo preço de exercício e vencimento. Essa estratégia busca lucrar com uma grande variação no preço do ativo subjacente, independentemente da direção em que o movimento ocorrer.
Ganho/Perda: O investidor ganha se houver uma mudança significativa no preço do ativo, independentemente da direção. As perdas são limitadas ao custo líquido do straddle se o preço não se mover o suficiente para ser lucrativo.
Strangle
O Strangle é uma estratégia similar ao Straddle, mas envolve a compra de uma opção de compra (call) e uma opção de venda (put) com preços de exercício diferentes, sendo o preço da call maior que o da put, ambos com a mesma data de vencimento sobre o mesmo ativo subjacente.
Cenário para usar: É utilizada quando se espera uma movimentação significativa no preço do ativo subjacente, mas se tem uma expectativa mais direcionada sobre a amplitude desse movimento em comparação ao Straddle.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra uma opção de compra com um preço de exercício superior e uma opção de venda com um preço de exercício inferior ao preço atual do ativo. Isso cria um intervalo de preços em que a estratégia se torna lucrativa.
Ganho/Perda: O investidor ganha se houver uma mudança significativa no preço do ativo, desde que seja suficiente para superar o custo líquido do strangle. As perdas são limitadas ao custo da estratégia se o preço permanecer dentro do intervalo estabelecido pelos preços de exercício das opções.
Fence
A estratégia Fence é uma combinação de duas estratégias: o Put Spread e o Financiamento. Envolve a compra de um put spread (compra de uma opção de venda com preço de exercício mais alto e venda de uma opção de venda com preço de exercício mais baixo) e um financiamento que consiste na compra da ação e na venda de uma call com preço de exercício superior ao valor atual da ação.
Cenário para usar: É empregada quando o investidor possui ações e busca proteger a posição contra uma possível queda no preço, mas também está disposto a limitar os ganhos.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra ações do ativo subjacente e, simultaneamente, vende uma call com preço de exercício superior ao valor atual das ações, gerando um prêmio. Além disso, compra um put spread, adquirindo uma opção de venda com um preço de exercício mais alto e vendendo uma opção de venda com um preço de exercício mais baixo.
Ganho/Perda: Esta estratégia protege o investidor contra quedas no preço das ações, pois o put spread oferece proteção contra perdas abaixo do preço de exercício da put vendida. No entanto, os ganhos são limitados pelo preço de exercício da call vendida, o que pode restringir os lucros se o preço das ações subir substancialmente.
Seagull
A estratégia Seagull é uma combinação de um Call Spread e a venda de uma put. Envolve a compra de um call spread (compra de uma opção de compra com preço de exercício mais baixo e venda de uma opção de compra com preço de exercício mais alto) e a venda de uma put com preço de exercício inferior ao preço de exercício da call comprada.
Cenário para usar: É aplicada quando o investidor tem uma visão moderadamente otimista sobre o ativo subjacente, mas busca limitar o risco e manter um potencial de lucro.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra uma opção de compra com preço de exercício mais baixo, simultaneamente vendendo uma opção de compra com preço de exercício mais alto (call spread), e também vende uma put com preço de exercício inferior ao da call comprada.
Ganho/Perda: O Seagull permite ao investidor lucrar com um mercado moderadamente otimista. Ele ganhará se o preço do ativo subir moderadamente. A perda máxima será custo líquido do spread mais a desvalorização da ação se o mercado cair abaixo do preço de exercício da put que o investidor vendeu.
Note que os gráficos das Fence e do Seagull são semelhantes, o que muda são as opções usadas.
Na Fence, montamos um financiamento mais um put spread. O custo do financiamento pode ser mais alto se o investidor precisar comprar a ação na hora da montagem.
Por outro lado Seagull, compramos um call spread e vendemos uma put. Dependendo dos prêmios das opções, o Seagull poderá ter um custo zero.
Box 3 pontas
A estratégia Box 3 Pontas envolve a compra de uma opção de compra (call) e a venda de uma opção de venda (put) com o mesmo preço de exercício (strike), combinada com a venda do ativo subjacente. Em outras palavras, o investidor compra um futuro sintético e vende o ativo.
Cenário para usar: Quando o investidor precisa levantar recursos para realizar um investimento ou aplicação que ele considera vantajosa. Geralmente, grandes investidores que utilizam esse tipo de operação.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra uma call e vende uma put com o mesmo preço de exercício sobre o ativo subjacente. Simultaneamente, realiza a venda do ativo subjacente.
Ganho/Perda: Por ser uma estratégia de taxa, só existem duas situações. Ou o investidor receberá uma taxa pela aplicação (terá ganho certo) ou pagará uma taxa pela aplicação (terá perda certa).
Box 4 pontas
A estratégia Box 4 Pontas envolve a compra de um call spread e a venda de um put spread com os mesmos preços de exercício (strikes).
Cenário para usar: Quando o investidor precisa fazer um empréstimo e quer garantir melhores taxas. Geralmente, grandes investidores recorrem a essa estratégia para garantir taxas menores que o CDI.
Mecanismo da Estratégia: O investidor compra um call spread (compra de uma opção de compra com um preço de exercício mais baixo e venda de uma opção de compra com um preço de exercício mais alto) e simultaneamente compra um put spread (compra de uma opção de venda com o mesmo preço de exercício da call comprada e compra de uma put com preço de exercício mais baixo).
Ganho/Perda: Essa é uma estratégia que o investidor já sabe seu resultado desde o início. Se ele comprou as duas travas (spreads), então ele terá um prejuízo certo. Por outro lado, se o investidor vendeu as travas, ele terá um lucro certo.
Novamente, você deve ter percebido que as estratégias Box de 3 pontas (ou Box 3) e Box de 4 pontas (ou Box 4) são idênticas. O que muda são os instrumentos envolvidos.
No Box 3, o investidor vende as ações, portanto, recebe dinheiro. Note que ele precisará “pagar” esse dinheiro no futuro, recomprando as ações.
Por outro lado, no Box 4, o investidor gasta dinheiro, comprando um call spread e um put spread.
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Usos de opções
Investidores e traders usam o mercado de opções basicamente para três finalidades: hedge (proteção), especulação ou arbitragem. Vamos aos detalhes de cada uma delas.
Hedge (Proteção)
Um dos usos primários das opções é o hedge, que se refere à estratégia de redução de riscos financeiros. Investidores frequentemente usam opções para proteger seus portfólios contra movimentos adversos de preço. Por exemplo, um detentor de ações preocupado com uma possível queda no valor dessas ações pode comprar opções de venda. Se o preço das ações cair, o titular das opções de venda pode exercê-las para vender suas ações pelo preço predeterminado, limitando assim suas perdas.
Empresas utilizam bastante a estratégia de hedge para proteção contra flutuações de moeda estrangeira ou de commodities. Por exemplo, uma empresa que importa matérias-primas pode comprar opções de compra de moeda estrangeira para garantir um preço fixo e mitigar os riscos cambiais.
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Especulação
Além do uso protetivo, muitos participantes usam o mercado de opções para fins de especulação. Investidores e traders utilizam opções para lucrar com as mudanças de preço dos ativos subjacentes. Por exemplo, um trader otimista pode comprar opções de compra, antecipando um aumento no preço do ativo subjacente. Se o preço subir significativamente, ele pode exercer as opções a um preço mais baixo e lucrar com a diferença.
No entanto, a especulação com opções também pode ser arriscada, já que a valorização da opção está intrinsecamente ligada ao movimento do preço do ativo subjacente e ao tempo. Portanto, a especulação com opções requer análise cuidadosa e compreensão dos riscos envolvidos.
Arbitragem
A arbitragem é outra aplicação importante das opções. Ela envolve lucrar com discrepâncias de preço entre ativos ou mercados diferentes. Por exemplo, um trader pode identificar uma discrepância de preço entre uma opção e seu ativo subjacente. Se a opção estiver sendo negociada a um preço mais baixo do que o valor teórico calculado com base no preço do ativo subjacente, o trader pode comprar a opção e, simultaneamente, vender o ativo subjacente para lucrar com a diferença de preço.
A arbitragem com opções geralmente requer análise rápida e eficiente, pois as oportunidades de arbitragem podem surgir e desaparecer rapidamente nos mercados financeiros.
Mercado de Opções no Brasil
Bolsa de Valores
No Brasil, a negociação das opções ocorrem na Bolsa de Valores, oferecendo uma gama de opções sobre ações, índices e até mesmo sobre moedas estrangeiras. A B3 (antiga BM&F Bovespa) é a principal bolsa do país e oferece um ambiente robusto para a negociação de opções.
Regulamentação
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil é a responsável pela regulamentação do mercado de opções no Brasil, é ela que estabelece regras e procedimentos para garantir a transparência e a segurança das operações.
Participantes do Mercado de Opções
Os participantes do mercado de opções incluem investidores individuais, instituições financeiras, fundos de investimento e traders profissionais. Cada um tem suas próprias estratégias e objetivos ao negociar opções.
Conclusão
O mercado de opções oferece uma variedade de oportunidades para investidores que buscam diversificar seus portfólios, especular sobre movimentos de preços, gerar renda adicional ou proteger suas posições. No entanto, é importante ressaltar que operar com opções envolve riscos significativos e requer um entendimento aprofundado dos mercados financeiros. É fundamental realizar uma análise detalhada e, se necessário, buscar orientação de profissionais financeiros antes de iniciar operações no mercado de opções.