Estratégias não direcionais com opções: volatilidade e lucro

Por
melver
05/04/2024 09h00Atualizado: 26/04/2024 10h50

No mercado financeiro, os investidores possuem opiniões diferentes o tempo inteiro e é justamente isso que faz o mercado funcionar. De fato, se todos tivessem opiniões iguais, então todos acreditariam, ao mesmo tempo, que seria hora de comprar ou todos achariam, ao mesmo tempo, que seria hora de vender e não teria contraparte. No mercado de opções, existem tanto estratégias para quando o investidor acredita na alta quanto para quando ele acredita na baixa, são as estratégias direcionais. Falaremos sobre tais estratégias nesse artigo.

Estratégias com opções

O mercado de opções é um ambiente superprodutivo para quem gosta de usar a criatividade. Nele, é possível combinar compras e vendas de calls e puts com quantidades iguais ou distintas para criar as mais diversas estratégias. Dentre as possíveis estratégias podemos citar, por exemplo: compra de call spread, compra de put spread, seagull, fence, futuro sintético, borboleta, condor, short call ladder, short put ladder e muitas outras estratégias.

Como já falamos, se o investidor acredita na alta (tendência de alta) ou na baixa (tendência de baixa) de um ativo, existem as estratégias direcionais.

Entretanto, quando o investidor não sabe se o ativo vai subir ou cair, mas espera um movimento forte e rápido em qualquer uma das direções, ou mesmo quando o investidor acredita que o ativo ficará parado em uma faixa de preços (tendência lateral), ele pode usar uma estratégia não direcional.

Neste artigo, trataremos exclusivamente das estratégias não direcionais, mas temos outro artigo para as estratégias direcionais.

Estratégias não direcionais com opções

Se o investidor acredita que os preços de um ativo estão se acomodando e ficando, cada vez mais, em um intervalo menor. Ou seja, a volatilidade  está diminuindo, ele pode montar estratégias na expectativa de que o preço permanecerá nesse intervalo. Por outro lado, se o investidor acredita que os preços estão em uma faixa muito estreita e que a volatilidade pode aumentar, mas não sabe se o ativo irá subir ou cair, ele também tem estratégias à disposição. Em ambos os casos, ele pode usar as estratégias não direcionais. Conheça algumas delas:

Estratégias não direcionais para expectativa de aumento da volatilidade 

Ao contrário do que vimos na seção anterior, se o investidor acredita que os preços já estão há muito tempo em uma faixa e que agora podem “escolher um lado”, mas ele ainda não sabe qual (alta ou baixa), ele pode usar uma das estratégias abaixo:

Compra de straddle: A estratégia straddle consiste na compra de calls e puts com mesmo strike. A expectativa do investidor é de um forte movimento, mas ele não tem certeza sobre a direção.

Compra de strangle: Para baratear o custo da estratégia de straddle, o investidor pode usar strikes diferentes. Quando ele faz isso, surge uma nova estratégia chamada de strangle .

Compra de borboleta: A estratégia de compra de borboleta pode ser montada tanto com opções de compra (calls), chamada de borboleta com calls, quanto com opções de venda (puts), chamada de borboleta com puts. Em ambos os casos o investidor espera um forte movimento de alta, com aumento da volatilidade. Essa estratégia também visa reduzir o custo de montagem de um straddle.

Compra de condor: Outra possibilidade é a compra de condor. Ela é construída a partir do strangle, visando reduzir o custo de montagem.

Todas as estratégias acima servem para o investidor participar do movimento, seja ele de alta ou de baixa.

Compra de collar: Para o investidor que já possui a ação e deseja se proteger de uma possível queda, mas não quer bancar o custo do seguro na compra de put, ele pode montar um collar de opções.

Estratégias não direcionais para expectativa de redução da volatilidade

Se o investidor espera uma redução da volatilidade, ele acredita que os preços ficarão acomodados em uma faixa de preços, ou seja, que os preços ficarão lateralizados. Para este cenário, ele pode usar uma das estratégias abaixo:

Venda de borboleta: A estratégia de venda de borboleta funciona exatamente ao contrário da compra de borboleta. Nela, o investidor espera a redução da volatilidade e a acomodação dos preços. Além disso, o investidor recebe para montar a estratégia.

Venda de condor: Semelhante à venda de borboleta, a venda de condor é para o investidor que acredita na acomodação dos preços e deseja receber para montar a operação.

Venda de straddle: Novamente, a venda de straddle é para o investidor que deseja receber pela montagem da estratégia e espera a redução da volatilidade e acomodação de preços. A principal diferença para a venda de borboleta e venda de condor, é que a venda de straddle possui risco ilimitado caso as ações subam muito.

Venda de strangle: Semelhante à venda de straddle, a venda de strangle também possui risco ilimitado para a alta das ações. Nela, o investidor recebe na montagem com a expectativa de que os preços irão se acomodar em uma faixa.

Resumo

Como vimos acima, existem várias oportunidades e essas são apenas algumas das dezenas de estratégias existentes.

Antes de escolher uma estratégia, é importante que o investidor aprenda sobre volatilidade. Além disso, também é importante aprender sobre como precificar opções (usando o modelo de Black & Scholes) para que suas estratégias tenham mais assertividade.


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