O que fazer no vencimento das opções?

Por
melver
11/06/2024 09h00Atualizado: 23/07/2024 13h03

O dia de vencimento das opções gera muitas dúvidas na cabeça dos iniciantes. Neste artigo, descrevemos o que fazer no dia do exercício no caso de você ser o titular da opção ou o lançador.

Quando é o vencimento das opções?

Essa é a primeira das muitas dúvidas que os investidores iniciantes se deparam quando começam a operar opções.

Atualmente, as opções no mercado brasileiro possuem vencimento semanal. Anteriormente, nossa bolsa tinha apenas vencimento mensal que ocorria na terceira sexta-feira do mês.

exemplo de calendário de vencimento de opções

No calendário acima, o vencimento mensal será no dia 19.

Entretanto, se a sexta-feira for um feriado, o vencimento será antecipado para o primeiro dia útil anterior.

exemplo de calendário de vencimento de opções quando há feriado

Por outro lado, nesse segundo calendário, o vencimento será no dia 14 que é uma quinta-feira. Ou seja, como sexta-feira, dia 15, é feriado, o vencimento sofre uma antecipação para o primeiro dia útil anterior, que é na quinta-feira.

Mas o que eu devo fazer?

Isso depende de dois fatores:

  1. Se você é titular (comprador) ou lançador (vendedor).
  2. Se a opção está dentro do dinheiro ou não (nesse caso, pode ser no dinheiro ou fora do dinheiro).

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Sou titular, o que devo fazer?

Caso você seja o titular, a decisão de exercer ou não é totalmente sua. Obviamente, você só exercerá a opção caso seja financeiramente rentável.

Se a opção está fora do dinheiro, não fará sentido você exercer. Nesse caso, a opção virará pó e você perderá o prêmio que pagou.

Por outro lado, caso a opção esteja exatamente no dinheiro, talvez você queira exercer. Geralmente, pessoas físicas optam por não exercer enquanto grandes fundos de investimentos optam pelo exercício. Neste caso, o fundo precisará acionar o comando de contra exercício, pois não há exercício automático de uma opção que está no dinheiro.

Finalmente, se a opção estiver pelo menos 1 centavo dentro do dinheiro, haverá exercício automático. Aqui, cabem algumas observações:

  • A B3 (e não a sua corretora, como muitos pensam) fará o exercício automaticamente.
  • Algumas corretoras enviam o comando de contra exercício caso as opções estejam menos de 0,5% dentro do dinheiro. Isto porque geralmente as corretoras cobram uma taxa de 0,5% sobre o volume financeiro da operação. Desse modo, se a opção não estiver pelo menos esse percentual dentro do dinheiro, o investidor terá prejuízo na operação.

No primeiro caso, se você perceber que será exercido e acredita que não é financeiramente rentável, você precisa avisar sua corretora que não deseja exercer.

No segundo caso, se você quiser exercer mesmo não sendo vantajoso, você precisa ligar na sua corretora e avisar para ela não efetuar o comando de contra exercício.

Em ambos os casos, você precisará fazer contas (sim, tudo no mercado financeiro é calculado, portanto, não seria diferente no mercado de opções) para verificar se vale a pena ou não exercer a opção.

Exemplo 1

Suponha que o investidor Alexandre comprou 100 calls de strike R$ 40,00 pagando R$ 0,80 por opção. Suponha ainda que a ação, no dia do vencimento, fecha em R$ 40,00. Haverá exercício?

Não, pois a B3 só considera que a opção está dentro do dinheiro se a ação fechar em um preço maior que o strike.

Exemplo 2

Suponha que o investidor Ricardo comprou 100 calls de strike R$ 40,00 pagando R$ 0,80 por opção. Suponha ainda que a ação, no dia do vencimento, fecha em R$ 40,01. Haverá exercício?

Sim, a B3 irá comprar automaticamente as ações em nome de Ricardo.

Mas Ricardo estará no lucro ou no prejuízo? Vamos separar a resposta em duas partes:

  1. Considerando apenas os valores acima, sem taxas.

Neste caso, Ricardo pagou R$ 0,80 na opção mais R$ 40,00 nas ações. Totalizando R$ 40,80 para comprar as ações. Como a ação está valendo R$ 40,01, se Ricardo vender as ações neste momento, ele terá um prejuízo de R$ 0,79 (40,01 – 40,80).

  1. Considerando a taxa de exercício de 0,5%.

Neste caso, Ricardo gastará R$ 4.000,00 (100 x R$ 40,00) para comprar as ações. Portanto, pagará uma taxa de R$ 20,00 (0,5% x R$ 4.000,00), que equivale a R$ 0,20 por ação. Totalizando R$ 4.020,00 pela compra das ações. Somando os R$ 80,00 (100 x R$ 0,80) da compra das opções, Ricardo terá gasto R$ 4.100,00 na aquisição. Caso ele venda as ações imediatamente, receberá apenas R$ 4.001,00 (100 x R$ 40,01). Ou seja, ele terá um prejuízo de R$ 99,00.

Quanto as ações deveriam valer para Ricardo começar a ter lucro?

Bem, dado que ele gastou R$ 40,00 na compra das ações, mais R$ 0,80 na compra das opções, mais R$ 0,20 pela taxa de exercício. Ou seja, ele só passará a ganhar depois que a ação superar R$ 40,00 + R$ 0,80 + R$ 0,20 = R$ 41,00.

Algumas observações sobre o exercício

Lembre-se de que além da taxa de exercício, as corretoras podem cobrar outras taxas, como corretagem. Além disso, também haverá cobrança de tarifas por parte da B3.

Finalmente, é importante lembrar que você deverá ter saldo suficiente em sua conta na corretora para pagar pelas ações mais as taxas da corretora e da bolsa. Geralmente, esse montante é requerido em D+2, ou seja, dois pregões depois do exercício. Entretanto, algumas corretoras podem zerar você pelo risco caso você não tenha depositado margem de garantia já no vencimento. Portanto, sugerimos você entrar em contato com sua corretora para saber como são os trâmites que ela usa no dia do exercício.

Sou lançador, o que devo fazer?

O lançador é totalmente passivo na operação, ou seja, ele depende da vontade do titular.

Caso a opção fique no dinheiro ou fora do dinheiro, provavelmente o lançador não será exercido e ficará com o prêmio. Provavelmente, pois mesmo que não seja vantajoso para o titular exercer seu direito, ele pode optar pelo exercício e o titular deverá atendê-lo.

Por outro lado, caso a opção fique dentro do dinheiro, então o titular exercerá seu direito e o lançador não terá alternativa. Ou seja, o lançador deverá atender ao titular.


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