Derivativos na gestão de risco nas empresas
Empresas que lidam com câmbio, juros e commodities precisam se proteger contra oscilações imprevisíveis. É aí que os contratos futuros e opções da CME entram como soluções estratégicas. Nesse artigo, explicamos como as empresas podem usar os derivativos na gestão de risco corporativo.
O que são derivativos e como eles ajudam na gestão de risco?
Derivativos são contratos financeiros cujo valor deriva de um ativo subjacente. Em outras palavras, um derivativo é um contrato que seu valor depende, entre outras coisas, do valor de um ativo principal.
Por exemplo, os contratos futuros do Ibovespa e do dólar dependem, respectivamente, do valor do índice Bovespa e do preço à vista do dólar. Já os contratos futuros e opções de ações, dependem do preço da ação no qual o derivativo está baseado.
Por que e como as empresas usam derivativos?
Diferente dos especuladores, que tem objetivo de ganhar dinheiro com o sobe e desce dos ativos de renda variável, as empresas apenas não querem ficar expostas a esse sobe e desce. Ou seja, os empreendedores apenas querem garantir que o preço dos seus insumos não suba e que o preço de venda de seus produtos não caia.
Na nomenclatura do mercado financeiro, dizemos que a empresa usa o mercado para fins de hedger. Ou seja, para proteger suas operações das oscilações naturais dos ativos negociados na bolsa.
Como você já sabe, diferentes momentos do ciclo econômico implicam em movimentos diferentes para os ativos. Por exemplo, commodities tendem a subir durante a expansão enquanto a bolsa tende a sofrer durante a recessão.
Mas contra o que as empresas se protegem?
- Variação cambial: empresas exportadoras que receberão pagamentos em outras moedas usam contratos de câmbio para se protegerem da queda da moeda. Por outro lado, empresas importadoras usam os mesmos contratos para se protegerem da alta.
- Variação na taxa de juros: bancos e empresas usam contratos futuros e swap para travarem as taxas de juros e reduzirem custos financeiros, bem como para travarem taxas mais altas quando a SELIC começa a cair.
- Variação no preço das commodities: indústrias que produzem ou dependem de matérias-primas como petróleo, minério de ferro, café, soja, milho, dentre outros, usam contratos futuros para proteção contra variação nos preços dessas commodities. Produtores querem se proteger da queda. Por outro lado, empresas que compram os produtos para transformação, querem se proteger da alta.
O uso de derivativos na gestão de risco: vantagens para empresas
Os derivativos, negociados em bolsas como a CME (Chicago Mercantile Exchange), são de grande importância para gestão de risco financeiro. Eles oferecem diversas vantagens para empresas que buscam proteger seus ativos e operações contra incertezas e volatilidades do mercado. Ao utilizar instrumentos como contratos futuros, opções e swaps, as empresas conseguem controlar os riscos financeiros que podem afetar sua estabilidade e rentabilidade. A seguir, destacamos as três principais vantagens do uso de derivativos na gestão de risco:
1. Maior Previsibilidade Financeira
A volatilidade nos mercados financeiros pode tornar difícil prever os custos e as receitas de uma empresa. No entanto, ao utilizar derivativos, é possível travar as flutuações dos preços de matérias-primas, moedas ou taxas de juros. Esse tipo de operação proporciona uma visão mais clara das finanças futuras.
Por exemplo, contratos futuros permitem que empresas fixem preços de commodities ou insumos a serem adquiridos no futuro, garantindo um valor estável para esses custos. Com isso, a gestão do fluxo de caixa torna-se mais eficiente, já que as empresas podem planejar com mais precisão os pagamentos e recebimentos, evitando surpresas financeiras.
2. Redução de Exposição ao Risco
Como você já sabe, a principal razão para o uso de derivativos é a proteção contra riscos. Mercados financeiros, como os de commodities, moedas ou taxas de juros, são extremamente voláteis e podem impactar significativamente os lucros das empresas. Estratégias de hedge, como o uso de contratos futuros e opções, são eficazes na mitigação de oscilações que poderiam afetar negativamente os resultados financeiros.
Por exemplo, uma empresa exportadora pode usar contratos futuros de câmbio para proteger seus lucros contra a desvalorização de uma moeda estrangeira. Essa abordagem ajuda a suavizar os impactos das flutuações de mercado e a manter a saúde financeira da organização, independentemente das variações externas.
3. Flexibilidade Operacional
Os derivativos oferecem uma grande flexibilidade para as empresas ajustarem suas posições à medida que o cenário econômico muda. Como os contratos são negociados em mercados regulamentados, as empresas têm a oportunidade de modificar suas estratégias rapidamente. Portanto, elas podem aproveitar a liquidez dos mercados para realizar ajustes sem a necessidade de comprometer grandes volumes de capital.
Por exemplo, uma empresa pode reduzir sua exposição ao risco de juros utilizando swaps de taxas, ajustando sua posição conforme as expectativas de aumento ou redução das taxas de juros. Essa flexibilidade permite que as empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado, sem precisar se comprometer com investimentos de longo prazo.
Exemplos Práticos de Uso de Derivativos
Um exemplo clássico de como os derivativos podem ser utilizados na prática é o caso das companhias aéreas. Empresas que compram grandes volumes de combustível podem se proteger contra a alta de preços utilizando contratos futuros de petróleo. Ao fixar o preço do combustível para compras futuras, a empresa consegue garantir um custo previsível, independentemente das oscilações do preço do petróleo no mercado internacional. Isso evita que a companhia aérea tenha prejuízos em períodos de alta nos preços das commodities, garantindo maior controle sobre seus custos operacionais e proteção contra volatilidades externas.
Conclusão
Os derivativos da CME são ferramentas muito úteis para a gestão de risco corporativo, ajudando empresas a se protegerem contra oscilações de câmbio, juros e commodities!
Em resumo, os derivativos são ferramentas muito úteis na gestão de risco das empresas, oferecendo uma forma eficaz de proteger suas operações contra as incertezas econômicas. Ao utilizar contratos futuros, opções e swaps, as empresas conseguem garantir maior previsibilidade financeira, reduzir sua exposição a riscos e obter flexibilidade operacional. Isso não só proporciona mais segurança no gerenciamento do fluxo de caixa, mas também fortalece a capacidade da empresa de se adaptar a cenários econômicos voláteis, sem precisar comprometer grandes volumes de capital.
Com a aplicação estratégica desses instrumentos financeiros, as empresas podem minimizar os impactos de flutuações nos mercados de câmbio, juros e commodities, garantindo maior estabilidade em seus custos e receitas. Exemplos práticos, como no caso das companhias aéreas que se protegem contra a alta no preço do combustível, demonstram como os derivativos podem ser uma ferramenta essencial para garantir a continuidade e o sucesso dos negócios, mesmo em um ambiente econômico imprevisível.