Investir em Petróleo: Oportunidades de Entrada para Investidores em Junior Oils no Brasil

Por
melver
03/06/2024 16h00Atualizado: 04/06/2024 10h35

Uma forma de investir no setor de petróleo no Brasil é através das empresas chamadas de “Junior Oils“. Essas empresas se especializaram na aquisição de poços maduros de grandes corporações do setor, operando-os de forma rentável mesmo após a queda inicial da produção, graças a uma estrutura de custos mais eficiente.

Semelhantes ao conceito de startups em outros setores, as Junior Oils se destacam pela sua agilidade e abordagem inovadora no ramo de petróleo e gás. No Brasil, quase 200 campos maduros já estão sob a exploração dessas empresas emergentes.

  • Mas como essas empresas surgiram no Brasil?
  • Quais são as Junior Oils listadas na B3 e suas diferenças?
  • O setor possui tendencias de fusões e aquisições?

O artigo apresentará mais detalhadamente esses aspectos para compreender melhor o papel e o potencial dessas empresas no panorama energético nacional.

Boa Leitura!

Surgimento no Cenário Brasileiro

As Junior Oils surgiram no Brasil por volta de 2015, coincidindo com a transição da Petrobras para uma empresa independente. Nessa época, a Petrobras enfrentava uma crise financeira, com um dos maiores endividamentos do mundo, levando-a a iniciar um programa de desinvestimento para reduzir sua alavancagem.

Como parte de um programa estratégico, a empresa identificou partes de seu portfólio onde ainda detinha vantagem competitiva e as partes que outras empresas poderiam administrar de forma mais eficiente. Decidiu, então, desfazer-se das partes menos eficientes, vendendo-as para companhias capazes de revitalizá-las. Isso incluiu muitos campos onshore (em terra) e alguns campos offshore (no mar). Esses ativos, anteriormente subutilizados pela Petrobras, foram cedidos para exploração e produção por parte dessas empresas adquirentes.

Custo das Junior Oils

Com bases de custo mais baixas e processos de decisão mais ágeis, as Junior Oils exploram eficientemente esses ativos maduros. A venda destes ativos pela Petrobras criou oportunidades significativas para essas empresas, permitindo a construção portfólios viáveis e diversificando o setor de petróleo e gás onshore do Brasil, reduzindo a exposição e as obrigações da Petrobras em relação a campos menos lucrativos, o que é crucial para sua estratégia de melhoria da eficiência operacional.

Esse movimento, portanto, otimizou o portfólio da Petrobras, concentrando-se mais efetivamente em ativos de maior retorno e deixando os campos menos produtivos para operadores que possam gerenciá-los com maior eficiência. O crescimento das Junior Oils é em grande parte ligado ao aumento da capacidade da otimização de exploração e produção de seus campos.

Essa dinâmica está impulsionando uma onda de fusões e aquisições, à medida que empresas menores buscam expandir suas operações e alcançar sinergias operacionais e financeiras.

Essas mudanças não só moldam a estratégia de negócios da Petrobras, mas também impactam significativamente a dinâmica geral do mercado de petróleo e gás no Brasil, incentivando uma maior competição e inovação no setor.

Quais são as Junior Oils listadas na B3 e suas diferenças?

PetroRio (PRIO3)

Antes chamada de Petro Rio, a empresa tem o foco em aumentar a produção por meio da revitalização e do aumento da eficiência operacional em campos de petróleo existentes, principalmente offshore. Seu modelo envolve a aquisição de campos maduros e a implementação de tecnologias para aumentar a recuperação de petróleo, muitas vezes, por meio de técnicas de recuperação secundária.

3R Petroleum (RRRP3)

RedesenvolverRevitalizar e Repensar

O plano de negócios da 3R tem foco na aquisição e operação de campos maduros de petróleo e gás, aplicando capital e tecnologia para aumentar a recuperação de ativos já existentes maximizando a produção, semelhante ao modelo da PetroRio.

A estratégia de distribuição da companhia é alinhada com a produção, visando eficiência e rentabilidade.

PetroRecôncavo (RECV3)

Atua principalmente no desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural em campos terrestres onshore, com ênfase em revitalizar e otimizar campos maduros. Sua abordagem é otimizar a produção em campos maduros, com ênfase em operações no Recôncavo Baiano, focando na eficiência e na otimização da logística interna.

A empresa adota práticas de inovação para melhorar a recuperação de petróleo e a eficiência dos campos maduros.

Enauta (ENAT3)

Enauta, que atua há mais de 20 anos, na exploração e produção de óleo e gás, com foco em águas profundas e desenvolvimento de campos offshore, com ênfase em águas profundas e novas descobertas.

A empresa possui uma distribuição é focada em alinhar-se com as metas de produção e o mercado. Portanto, está sempre buscando novas reservas e otimizando a exploração.

Cada empresa tem um foco específico que determina seu modelo de negócios.

Enquanto empresas como a PetroRio e a 3R Petroleum se concentram na otimização de campos maduros, a Enauta, por exemplo, foca mais em desenvolvimento e otimização de campos offshore.

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Resumo

Em um contexto de crescente interesse pelo setor petroquímico, as Junior Oils emergem como uma oportunidade promissora para os investidores interessados.

Originadas em meio à reestruturação da Petrobras e impulsionadas por uma busca por eficiência e inovação, essas empresas especializadas na revitalização de campos maduros representam uma mudança significativa no panorama energético do Brasil.

Portanto, compreender as diferenças entre as companhias e seu surgimento é essencial para os investidores tomarem decisões melhores e estratégicas em relação às suas participações nas empresas.

Esse artigo foi escrito por Augusto Chagas Viana.


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